O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aumentou 0,10% em julho. O dado apresentou a segunda menor variação do ano, ficando atrás somente do mês de fevereiro, que registrou aumento de 0,05%.
De acordo com a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, desde agosto do ano passado o indicador de custo da construção vem registrando variações menos intensas do que as observadas no período da pandemia. Apesar disso, reforça a especialista, o índice ainda está em patamar muito elevado. De julho de 2020 a julho de 2023, o INCC apresentou elevação de 36,22%, enquanto, a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 25,06% no mesmo período. Nos primeiros sete meses de 2023 o INCC aumentou 2,38% e, nos últimos 12 meses encerrados em julho/23 a alta foi de 3,15%.
O custo com materiais e equipamentos apresentou retração em julho (-0,28%), pelo terceiro mês consecutivo. As variações acumuladas este ano e nos últimos 12 meses, de agosto do ano passado a julho deste ano, também foram negativas: -0,37% e -0,88%, respectivamente. Ampliando o período, segundo Ieda, de julho de 2020 a julho de 2023, o aumento registrado no custo com materiais e equipamentos foi de 51,87%. “Os números demonstram que as variações atuais, mesmo que negativas, estão distantes de fazer o custo voltar ao patamar registrado em julho de 2020”, disse.
A economista da CBIC ressaltou as mudanças promovidas pela FGV no INCC. O resultado de julho foi o primeiro considerando o mês a ser divulgado com a mudança da estrutura do indicador. Entre as alterações ocorridas está a ponderação em três padrões construtivos (econômico, médio e alto) para o INCC total Brasil e para as cidades que o compõem (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador e Porto Alegre).
“Além disso, aconteceu alteração no cálculo referente aos custos com a mão de obra que, anteriormente, utilizava como referência somente os resultados de acordos coletivos das cidades que fazem parte da composição do indicador. A partir da nova estrutura, o INCC passará a captar também a movimentação salarial nas empresas que prestam serviços nas grandes construtoras. Assim, o referido indicador de custos da construção objetiva refletir mudanças estruturais que aconteceram na construção civil.
Outro fator importante a ser destacado na mudança do INCC é a nova ponderação das suas cidades componentes. Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília perderam participação, enquanto Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo aumentaram o seu peso na composição final do indicador”, explicou Ieda.
A ação integra o projeto “Inteligência Setorial Estratégica”, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
Fonte: CBIC
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