O Brasil investiu cerca de R$ 439 bilhões em obras no ano de 2022, de acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) divulgada na quarta-feira (29).
Fonte: IBGE
Naquele ano, o setor empregava cerca de 2,3 milhões de pessoas. A pesquisa aponta que salários, retiradas e outras remunerações representaram R$ 79,6 bilhões dos investimentos da indústria em 2022, um novo recorde ante o resultado de 2014 (R$ 74 bilhões).
“O setor no Brasil tem como característica a mão de obra intensiva e, desse modo, grande capacidade de oferta de trabalho”, aponta o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano.
Fonte: IBGE
Nota-se que entre 2014 e 2018, o número de pessoas empregadas pelo setor esteve em queda. Desde então, a indústria de construções passou a se recuperar e registrou um crescimento no contingente de cerca de 21%.
O IBGE ainda destaca que esse crescimento se deu apesar da pandemia da Covid-19.
“A interrupção do processo recessivo contribuiu para a retomada da atividade econômica [do setor]. Ressalte-se que outras variáveis, como as taxas de juros mais baixas à época, também contribuíram para a retomada das atividades, especialmente no segmento de construção de edifícios”, avalia Mariano.
Apesar de a taxa Selic, o juro básico do país, ter iniciado 2022 em 9,25% e encerrado em 13,75%, os impactos seriam sentidos a mais longo prazo.
André Colares, CEO da Smart House Investments — que possui uma holding de fundos imobiliários — reforça o pensamento.
“A retomada pode ser atribuída à melhora gradual da economia após a recessão, incentivos governamentais para o setor, e um aumento na demanda por moradia impulsionada por taxas de juros inicialmente mais baixas para financiamento imobiliário”, pontua Colares.
Principais atividades
A principal atividade que capta recursos no setor é a de construções de edifícios que concentra 42,4% do valor investido pelo setor em 2022.
Segundo o IBGE, a construção de novos prédios é a principal atividade da indústria do setor em 16 Unidades Federativas.
Nas outras 11, predominam as obras de infraestrutura, que no começo da série histórica (2007) eram as que mais recebiam investimentos e hoje 33,7% do valor gasto.
O tamanho do setor de edifícios indica como o país vive um constante processo de urbanização e o crescimento da demanda tanto por espaço residencial quanto comercial, observa de Colares.
Ele ainda reforça como as edificações impactam a economia além da própria indústria.
“Esse segmento é vital devido ao seu potencial de gerar empregos e porque impulsiona setores relacionados, como o de materiais de construção e serviços especializados”.
Os serviços especializados para construção são um desdobramento tanto das obras de novos prédios quanto de infraestrutura.
As empresas desse setor, geralmente terceirizadas pelas grandes construtoras, realizam atividades como demolição, instalações elétricas e hidráulicas, obras de acabamento e serviços especializados.
O setor atingiu seu pico de participação na indústria em 2022, a 23,9%.
“Essas empresas prestam serviços para as grandes empresas ligadas a atividade de construção de edifícios e obras de infraestrutura. Talvez essa característica ajude a entender esse crescimento acima da média”, avalia Mariano.
Fonte: CNN Brasil
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