Diversos são os setores que entendem o quanto o big data analytics pode permitir um entendimento mais profundo acerca de produtos, prazos, situações ambientais e outras informações relevantes na construção civil. Por meio da análise de dados, as construtoras e incorporadoras podem desenvolver modelos de negócios mais econômicos, eficientes e assertivos, integrando o trabalho de equipes de tecnologia da informação (TI) e engenheiros em busca de soluções mais vantajosas no que tange cronograma, compra e uso de materiais, definição de tipos de obra e planejamento em geral. Na área da construção civil, seja residencial, empresarial ou pública (de vias e acessos) essa ferramenta ajuda a prever e simular o resultado de determinadas escolhas que podem fazer a diferença na tomada de decisões. É possível, por exemplo, estipular o impacto no orçamento e o tempo de conclusão da obra ao substituir determinado material ou procedimento, ou calcular cenários adversos e o período que impactaria na execução do trabalho para considerar compras de instrumentos e utensílios e determinar contratos com prestadores de serviço. Em paralelo, informações sobre finanças, prazos e documentos técnicos, entre outros dados relevantes, também podem ser adicionados aos sistemas a fim de auxiliar nas escolhas. Outro exemplo prático é analisar o tipo de perfil de cliente de uma região, os projetos já existentes para atender uma determinada área e pareceres de vendas para definir quais tipos de finalizações e funcionalidades serão necessárias em cada obra. Em substituição ou complementação ao trabalho analógico e aos montes de papéis relacionados a cada projeto, os softwares alimentados com as informações corretas minimizam ruídos na comunicação, erros de orçamento e acompanhamento, falhas na análise de dados e dificuldades com registros passados que, desde que atualizados em tempo real, geram informações facilitadas e mais ágeis, incluindo fatores climáticos, geográficos, consumo de recursos e controle de impactos ambientais, que tanto interferem no andamento da obra. Afinal, como em qualquer outro setor, a inovação é sempre o objetivo para quem deseja melhora da qualidade de materiais de construção, equipamentos mais precisos e a otimização de tempo e recursos que resultam na redução do custo das obras. No pré-projeto, as negociações com empresas e fornecedores podem ser mais facilmente estudadas, trazendo análises mais precisas dos riscos de cada um desses contatos e garantir maior assertividade nas simulações de condições geográficas, financeiras e estruturais, disponibilizando valores finais mais fiéis. Nesse caso, a gestão de indicadores também demonstra os acertos e as possíveis falhas de cada projeto e orçamento, identificando pontos que precisam ser revistos. Naturalmente, como toda e qualquer tecnologia, a implementação do big data no dia a dia exige treinamento e alinhamento com a equipe, para que façam uso em todo o seu potencial. Para isso, além de buscar e investir em plataformas especializadas, indicamos instruir os personagens que as utilizarão e pesquisar constantemente o que está em alta na transformação digital. Por mais que ainda haja resistência, o conhecimento sobre a ferramenta e o investimento necessário para sua implementação serão compensados rapidamente em tempo, precisão e assertividade. A tendência, de modo geral, é que com essas soluções tecnológicas o setor se torne mais democrático para lojistas, construtores e empreendedores de todos os portes, acelerando os negócios e a economia em um momento delicado para o País. Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) da internet e outras bases de conhecimento Leia mais Depois de quase seis anos, Selic volta a aumentar LGPD pode ter regulamentação especial para micro e pequenas empresas |