O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, que teve crescimento de 2,9%. Neste mesmo período, o PIB da Construção Civil subiu 6,9%.
Este índice ficou próximo à projeção da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que era uma alta de 7% para o setor. Segundo a instituição, o dinamismo do setor superou, pelo segundo ano consecutivo, a economia nacional. Em 2021, quando a construção cresceu 10%, o PIB Brasil aumentou 5%.
Para Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, o desempenho positivo da construção nos últimos dois anos foi impulsionado por um ciclo de negócios imobiliários iniciado com a pandemia. “Como o processo de produção do setor é longo (de dois a três anos), os reflexos positivos ainda são sentidos”, informou Ieda.
Segundo a economista, a construção civil encerrou 2022 com um patamar de atividades 15,76% superior ao período pré-pandemia (2019). Ainda assim, mesmo com estes resultados, o setor ainda está 20,44% abaixo do pico de suas atividades registrado no início de 2014.
Empregos
Outro índice positivo no setor da Construção Civil foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em 2022 a construção civil gerou 194.444 novos empregos com carteira assinada. Isso mostra que o número de trabalhadores formais no setor cresceu 8,42%. Ao todo, foram 2,502 milhões empregos com carteira assinada no final do último ano, o que corresponde a 5,86% do total dos empregos formais no País (42,716 milhões).
“A Construção de Edifícios em 2021 e 2022 foi responsável por 188 mil novas vagas formais no setor, enquanto o segmento de Serviços Especializados para a Construção criou 185.814 novos postos e as obras de infraestrutura 65.652. Portanto, os três segmentos do setor registraram resultado positivo no mercado de trabalho nos últimos dois anos”, destacou Ieda.
Desafio da taxa de juros
Para que o ciclo de atividades da construção continue positivo, Ieda aponta que existem alguns desafios. “É preciso destacar a preocupação com o atual patamar da taxa de juros,
que direciona recursos para o segmento financeiro e tira recursos dos investimentos
produtivos. Além disso, compromete a captação líquida da caderneta de poupança, e
consequentemente o volume de recursos disponíveis para o financiamento imobiliário via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)”, aponta a economista.
Dentro deste contexto, ao comparar os anos de 2021 e 2022, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) aponta uma queda de 15% no total de lançamentos. Segundo a instituição, no atual cenário de alta de juros, é fundamental ter boa disponibilidade de funding setorial. Desta forma, o Programa Minha Casa, Minha Vida pode ser uma boa oportunidade, segundo a ABRAINC. “Ele deve ser capaz de financiar um alto volume de produção, para que o Brasil consiga combater o déficit habitacional de 7,8 milhões de famílias”, informou o órgão.
Fonte: Cimento Itambé
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