Considerado um dos setores mais tradicionais, o segmento de Construção tem se remodelado nos últimos tempos, seja para se adaptar às volatilidades econômicas ou para atender demandas sociais e ecológicas na hora de construir. Nesse sentido, as inovações tecnológicas também têm caminhado para fornecer a estrutura necessária para aumentar a produtividade e de fato incrementar o desenvolvimento do setor e o futuro da construção.
Segundo o estudo global “Transformação Digital: O Futuro da Construção Conectada”, encomendado pela Autodesk à IDC, a transformação digital é uma prioridade para 72% das empresas de Construção consultadas – o estudo ouviu 835 profissionais de grandes construtoras de 12 países. A pesquisa ressalta ainda o alto investimento do Brasil na utilização da tecnologia BIM (Building Information Modeling): o país adota essa tecnologia em 53% dos projetos de construção, enquanto os demais países se mantém na faixa dos 40%.
A adoção dessa tecnologia se dá principalmente pelas suas multifuncionalidades, que permitem a integração de todos os setores envolvidos no projeto. A ferramenta possibilita a criação de projetos 3D, com todas as especificações de elementos de construção e materiais utilizados, alinhando-a ao backoffice com cada etapa do projeto, da concepção até a manutenção pós-entrega. O BIM é tão robusto e completo que a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) avalia que a produtividade de um projeto pode aumentar em 10% com sua utilização.
No entanto, o mesmo estudo analisa que, quando comparado a outros países, o Brasil apresenta o menor nível de maturidade e atraso na utilização de tecnologias como Inteligência Artificial, modelagem 3D e Big Data. Entre os principais fatores que podem explicar essa baixa adesão estão: dificuldade de implementação, devido à falta de padronização de seus materiais e componentes; ausência de treinamentos e capacitação da equipe e o custo de aquisição e encarecimento do processo. Mas, assim como o conceito BIM, que é bastante utilizado por aqui, essas outras ferramentas também proporcionam diversos benefícios para o projeto.
O uso de Inteligência Artificial para a captação e processamento de dados, por exemplo, está sendo utilizado nos mais diversos setores, e na Construção não seria diferente. A coleta de dados através da integração de sistemas e uso de IA permite que as construtoras tenham acesso a uma série de informações, insights e predições que auxiliam os gestores nas tomadas de decisões, reduzindo riscos de maiores erros e eventuais perdas – financeiras e materiais.
Também voltado para conectividade, o setor de Construção pode ainda investir em tecnologias de IoT – Internet das Coisas. Traduzindo o termo e a ferramenta, é a conectividade de grande parte dos aparelhos, equipamentos e dispositivos que fazem parte da obra, captando e gerando dados de funcionamento, status e alertas para acompanhamento dos gestores.
Para quem está diretamente na operação, tecnologias que podem fazer a diferença no dia a dia são os wearables. Os dispositivos vestíveis podem ser acoplados às vestimentas, capacetes e equipamentos dos colaboradores dentro de um canteiro de obras. Com isso, é possível mitigar riscos e preservar a integridade dos funcionários, aferindo temperatura corporal e outras parametrizações que servem de alerta para um problema eventualmente maior.
Ainda no contexto de tecnologias que impulsionam a evolução do setor, uma ferramenta que tem ganhado adeptos nos últimos anos, em diferentes segmentos e para as mais variadas finalidades, são as modelagens 3D. Em Xangai, por exemplo, em 2014 uma empresa de construção utilizou concreto reciclável em uma mega impressora 3D para construir dez casas, de 200 m2, em 24 horas. O feito mostra não só que é possível a aplicação dessa ferramenta no setor da Construção, como também a eficiência operacional e a sustentabilidade que ela pode trazer para o mercado. As soluções tecnológicas disponíveis para o setor de Construção são vastas, mostrando uma confiança dos fornecedores de tecnologia em investir e ampliar a entrada nesse segmento. Cenário otimista àqueles que perceberam ou estão começando a se movimentar para essa direção.
*Por Eduardo Pires, diretor do segmento de Construção e Projetos da TOTVS
Fonte: Assessoria de Imprensa
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