Após registrar perda de 1,4% em 2020, as vendas do setor de automóveis e peças e de material de construção encerraram o ano de 2021 com crescimento acumulado de 4,5%.
Os dados foram levantados pela CNN, com base na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada na última quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa também apontou que, na passagem de novembro para dezembro de 2021, o volume de vendas no varejo desses segmentos registrou variação positiva de 0,3%.
Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ulysses Reis, em 2020, as fábricas não conseguiam produzir por conta da pandemia e da falta de matéria-prima, o que gerou escassez desses produtos no mercado.
Mas, de acordo com ele, em 2021, as indústrias desses segmentos foram retomando aos poucos a produção e o mercado de veículos usados também teve aumento de procura, mesmo com os preços elevados.
Reis explicou que são necessários 12 mil fornecedores, em média, para montar um carro. Mas, como nem todas as montadoras estão com insumos suficientes, as peças, principalmente de chips e semicondutores, se tornaram mais raras.
“Sem essas peças, o carro não funciona. Antigamente, o automóvel não era tão tecnológico, mas atualmente ele é. Então, não dá mais para fabricar um veículo sem essas características. Mas, a tendência é que esse mercado reaqueça e melhore cada vez mais este ano”, observa.
Além dos veículos, o economista chamou atenção para os materiais de construção, que também registraram um saldo positivo no ano passado. De acordo com ele, o isolamento foi um fator que ajudou a impulsionar esse setor.
“Como as pessoas ficaram mais tempo em casa, elas começaram a investir no próprio lar. Aos poucos, a reforma começou a crescer e a compra de produtos também”, afirma.
As vendas do comércio varejista, de forma geral, fecharam o ano de 2021 com um crescimento acumulado de 1,4%, em relação a 2020. Segundo o IBGE, o ano passado foi o quinto consecutivo de resultados positivos para o volume de vendas no varejo.
O resultado foi próximo dos dois anos anteriores, que registraram alta de 1,2% (2020) e de 1,8% (2019). O último ano a acumular perdas em relação ao ano anterior foi 2016 (-6,2%).
Fonte: CNN Brasil
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