Confira como está a taxa Selic em novembro de 2024

A taxa Selic em novembro de 2024 está em 11,25% ao ano — número definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em reunião realizada no último dia 06 de novembro. Na ocasião, a deliberação dos diretores da entidade em elevá-la em 0,50 ponto percentual foi unânime.

Em junho de 2023, o Copom havia iniciado uma série de seis cortes consecutivos na Selic — movimento interrompido em maio deste ano, quando a entidade não modificou a taxa de juros do país e repetiu a decisão nos próximos outros dois encontros (junho e julho). Porém, em setembro último, o Comitê entendeu que era momento de aumentá-la para conter a alta nas expectativas de inflação. Agora em novembro, o Banco Central acelerou o movimento de alta com o objetivo de combater a inflação.

No comunicado divulgado após o encontro, o Copom destaca que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do FED”. Além disso, a entidade se diz atenta à maneira como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros

“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, ressalta o texto.

O mercado acredita que essa não será a última elevação da Selic em 2024. A expectativa, agora, é que os juros continuem subindo e cheguem ao patamar de 11,75% no próximo mês de dezembro.

O Relatório Focus do Banco Central divulgado em 04 de novembro corrobora essa previsão e projeta a Selic em 11,75% no final de 2024. Para os próximos anos, a estimativa é que taxa seja de 11,50% em 2025, de 9,75% em 2026 e de 9,25% em 2027.

Em seu comunicado, o Copom não deixa claro quais devem ser os próximos movimentos. “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, informa o texto.

Com a Selic em 11,25% ao ano, atualmente o Brasil tem a terceira posição no ranking de nações com as maiores taxas de juros do mundo, de acordo com o relatório da MoneYou. O país está atrás, apenas, da Turquia e da Rússia.

Confira os cinco primeiros do ranking de juros reais:

  • Turquia – 15,18%
  • Rússia – 12,19%
  • Brasil – 8,08%
  • México – 6,50%
  • Indonésia – 4,61%

Variações recentes da taxa Selic

Data da reunião do CopomTaxa Selic (a.a.)
Novembro de 202411,25%
Setembro de 202410,75%
Julho de 202410,50%
Junho de 202410,50%
Maio de 202410,50%
Março de 202410,75%
Janeiro de 202411,25%
Dezembro de 202311,75%
Novembro de 202312,25%
Setembro de 202312,75%
Agosto de 202313,25%
Junho de 202313,65%
Maio de 202313,65%
Março de 202313,65%

Como a Selic impacta na construção civil

A Selic tem impacto direto sobre o mercado da construção civil. Sua principal influência ocorre sobre os financiamentos imobiliários, empréstimos captados por construtoras e preços dos insumos usados nos canteiros de obras. Quando a taxa permanece alta por bastante tempo, os custos dessas variáveis também tendem a subir e interferem no crescimento do setor.

As variações da Selic merecem atenção especial na construção, pois os contratos costumam ser mais longos. Quando está muito alta, por exemplo, os financiamentos imobiliários tendem a diminuir — resultando em um aumento do estoque de imóveis. Por consequência, são menos projetos lançados e menor atividade nos canteiros (com a geração de empregos reduzida).

Com isso, sempre que ocorrem movimentos de redução na Selic, o clima de otimismo e confiança cresce entre os empresários da construção civil. Afinal, quando a taxa é menor, cria-se um cenário de valorização dos imóveis e de aumento na demanda por novas unidades.

O que é a taxa Selic?

Sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil — usada para balizar as operações de crédito no país. Além de influenciar nas captações de empréstimos e financiamentos, também é usada para controlar a inflação. Com impacto direto no cotidiano da população, é redefinida pelo Banco Central a cada 45 dias.

Em 2024, as reuniões do Copom estão agendadas para:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 07 e 08 de maio
  • 18 e 19 de junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 05 e 06 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

Para calculá-la, o Comitê de Política Monetária do Banco Central analisa diferentes indicadores financeiros. Quando ela é reduzida, o crédito fica mais fácil e a inflação tende a cair. Por outro lado, quando o Banco Central opta por elevá-la, o oposto acontece: com os juros do crédito mais altos e os preços com tendência de redução ou estabilidade (consequência do controle da inflação).

Vale destacar que as mudanças na taxa Selic demoram entre seis e 18 meses para ter um impacto pleno na economia do país.

A taxa Selic ainda serve para balizar os valores pagos pelos títulos públicos e determinar o rendimento do dinheiro investido em diferentes carteiras.

A Selic foi criada em 1979, pelo Banco Central e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) — atualmente Anbima. Sua concepção visava agilizar e disciplinar a venda e a compra de títulos públicos.

Fonte: Portal AECweb

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