Setor da construção registra 15% a mais em vendas no acumulado do ano

De janeiro a setembro, houve um aumento de 15% nas vendas de imóveis em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Senior Index, relatório da Senior Sistemas que acompanha indicadores de mercado. A combinação de juros abaixo da média – que se manteve em boa parte de 2021 – e da continuação do home office – que fez com que as famílias passassem a sonhar ainda mais com a casa própria – contribuíram para que o ano de 2021 mantivesse um saldo animador nas vendas do setor da construção.

Esse número leva em conta uma amostragem de mais de mais de 1700 empreendimentos, dos mais variados padrões – médio e alto padrão e Casa Verde e Amarela (antigo MCMV) – atendidos pela Senior Sistemas em diversos estados do Brasil.

Entre os estados que apresentaram os maiores índices de compra de imóveis no acumulado do ano estão: Distrito Federal (61%), Paraná (43%), Minas Gerais (22%), Santa Catarina (16%), São Paulo (11%) e Goiás (11%).
Taxa Selic retornando a um índice mais real e inflação, contribui para pequena queda nos índices de vendas no 3º trimestre.

Apesar do acumulado do ano apresentar um índice positivo, o terceiro trimestre de 2021 registrou uma baixa nas vendas do setor. Entre os meses de julho e setembro, houve uma queda de 14%, na comparação com o mesmo período de 2020.

Alguns fatores podem ter contribuído para esse cenário dos últimos três meses. Um ponto importante a ser considerado é que o ano de 2020 registrou um saldo bem positivo em vendas. Mesmo com a pandemia, a construção não parou no período. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o mês de setembro do ano passado registrou um aumento de 13,5% nas vendas habitacionais quando comparado ao mesmo período de 2019. Segundo o levantamento, foi o melhor resultado mensal do indicador Abrainc/Fipe desde maio de 2014. Entre outros fatores, esse cenário foi favorecido pela queda histórica da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, que saiu de 6,5% em agosto de 2019 e alcançou 2% em 2020.

A Selic vem sendo ajustada gradativamente para patamares mais reais. De acordo com um documento elaborado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), a previsão é que até dezembro esse índice chegue a cerca de 7%.
“Como houve um ‘boom’ de vendas nos últimos meses, é esperado que aconteça esse ajuste na comercialização de imóveis até que parâmetros mais tradicionais sejam atingidos”, explica o Head de Construção da Senior Sistemas, Cleber Francischini.

Outro fator que pode ter contribuído para essa queda é a alta da inflação. O setor da construção possui um indicador para medir a variação dos custos das obras, que é o Índice Nacional da Construção Civil, conhecido como INCC.
“Esse índice é muito utilizado pelas incorporadoras para corrigir o preço dos imóveis comprados na planta. Os materiais de construção fazem parte dos itens que são medidos através do índice do INCC, assim como a mão de obra do setor. Com a inflação em alta, os materiais de construção também sofrem reajustes, que, por consequência, são repassados ao comprador do imóvel”, destaca Francischini.

Setor se mantém otimista para fechar 2021 em alta
Apesar desse terceiro trimestre, o setor da construção está otimista em fechar 2021 com saldo positivo em número de vendas, visto que no acumulado o resultado está dentro do previsto. Um estudo realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), projeta um crescimento de 4% para o setor este ano.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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