O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic de 3,50% para 4,25% na reunião de junho. Foi a terceira alta consecutiva, o que fez com que a referida taxa retornasse ao patamar observado em fevereiro de 2020. Segundo a economista do Banco de Dados da CBIC, Ieda Vasconcelos, a tendência é de mais alta. A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central fez projeções que sinalizam a Selic a 6,5% no final de 2021. Por isso, é aguardado um ciclo mais agressivo de aumentos.
O Copom indicou na ata de sua última reunião, realizada nos dias 15 e 16 de junho, que aumentará novamente a Selic no início do mês de agosto na mesma magnitude de junho, ou seja, 0,75 ponto percentual. Com isso, a Selic passaria de 4,25% para 5,0%. “Entretanto, uma alta mais expressiva não foi descartada. Vários analistas de mercado consideram que, já em sua próxima reunião, a Selic será elevada em um ponto percentual, ou seja, será de 5,25%”, disse a economista Ieda Vasconcelos.
A economista ainda afirma que é importante ressaltar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e que é o indicador oficial da inflação no País, depois de registrar elevação de 0,31% em abril aumentou 0,83% em maio, a maior variação para o referido mês desde 1996 (1,22%).
“Este resultado foi influenciado pelo incremento da energia elétrica, que dentro da composição do IPCA, aumentou 5,37%. Vale lembrar que, no quinto mês do ano, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha, enquanto, de janeiro a abril, vigorou a bandeira amarela. De janeiro a maio o IPCA/IBGE acumulou elevação de 3,22% enquanto, nos últimos 12 meses encerrados em maio, a alta foi de 8,06%”, destacou.
Sobre o contexto das pressões sobre a inflação, Ieda Vasconcelos diz que é preciso considerar fatores preocupantes como a crise hídrica e a forte elevação nos preços das commodities, que pode trazer ainda mais pressão inflacionária para o Brasil.
A pesquisa Focus, há 12 semanas consecutivas, vem elevando as suas projeções para o IPCA/IBGE. O levantamento do dia 25 de junho apontou que este indicador finalizará 2021 em 5,97%. O primeiro relatório do ano (8 de janeiro) estimava alta de 3,34%. A meta para a inflação em 2021 é de 3,75% podendo variar 1,5 p.p para baixo e 1.5 p.p para cima (2,25% – 5,25%). Assim, caso o resultado aguardado pelo referido levantamento seja confirmado, a inflação encerrará o ano acima do seu teto.
Fonte: CBIC
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