Retração nos custos de materiais e equipamentos marca começo do segundo semestre na construção civil

O segundo semestre está sendo marcado por uma tendência de desaceleração e estabilização nos custos de materiais e equipamentos na construção civil. Por três meses consecutivos, aconteceu uma retração nos valores e a tendência segue de desaceleração. Os dados podem ser encontrados no Panorama da Construção Civil, realizado pela Obramax.

Os valores do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) e a variação do Índice Nacional da Construção Civil (INCC) apontam para esse cenário. Resumimos os principais da situação atual no setor da construção a seguir.

De junho a agosto, Índice Nacional de Custo da Construção teve variações menores que em 2022 

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é uma taxa que mede o aumento dos custos de insumos utilizados na construção civil. Ele é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em junho de 2023, o INCC teve uma variação de 0,85%. No mesmo mês em 2022, a variação havia sido de 2,81%. 

Em julho de 2023, a alteração do INCC foi de 0,06%. A variação no mesmo período em 2022 havia sido de 1,16%. Em agosto de 2023, foi um pouco maior se comparado ao mês anterior, chegando a 0,24%. Já em agosto de 2022, a mudança havia sido de 0,33%. 

A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de -0,09% em junho para -0,16% em julho e chegou a -0,07% em agosto. Após os cálculos do mês de agosto, o INCC acumula alta de 2,50% no ano e de 3,06% em 12 meses. Em agosto de 2022, o INCC acumulava alta de 11,40% considerando o mesmo período.

Esses dados comprovam que houve uma redução nas variações, indicando que o panorama da construção civil está mais estável se comparado ao ano passado. As variações do INCC mais brandas que em 2022 indicam uma maior tendência de estabilização dos custos ou até mesmo uma menor volatilidade. 

Vale ressaltar que a FGV incluiu algumas mudanças na metodologia do cálculo do INCC recentemente. Agora, há a ponderação dividida em três padrões construtivos (econômico, médio e alto) para o INCC total Brasil e para as cidades que a compõem. São elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Dessas cidades, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte passaram a ter maior peso na composição final do indicador. 

Além disso, o INCC também começou a levar em conta as movimentações salariais nas empresas que prestam serviços nas grandes construtoras. Antes, só os dados dos acordos coletivos das cidades que faziam parte da composição do indicador eram considerados. Essa mudança impacta no cálculo referente aos custos com mão de obra. 

SINAPI: quedas também são observadas em comparação com o ano passado

O Índice Nacional da Construção Civil (SINAPI) é um sistema que padroniza e serve como referência para orçamentos voltados à construção civil. Ele é elaborado pela Caixa Econômica Federal em parceria com o IBGE. 

Em junho de 2023, o SINAPI foi de 0,39%, marcando uma redução quando comparado ao mesmo período no ano passado, quando o índice foi de 1,65%. Em julho de 2023, continuou em queda e marcou 0,23%. No mesmo mês em 2022, o SINAPI foi de 1,48%. 

Em agosto de 2023, o último dado disponível até o momento, o SINAPI foi de 0,18%. Em agosto de 2022, o índice havia alcançado 0,58%. Nos últimos 12 meses, o acumulado do SINAPI foi para 3,11%, número menor que os 3,52% marcados nos 12 meses imediatamente anteriores. 

Comparando esses dados, fica clara a tendência de retração nos custos. No segundo semestre de 2022, já era possível perceber uma redução mais tímida. Agora, no período entre junho e agosto de 2023, os números chegaram a patamares menores do que no ano passado.  

Mesmo com tendência a queda, índices seguem elevados

De julho de 2020 até janeiro de 2023, o INCC teve um aumento de 33,67%. Só o custo com materiais e equipamentos teve um aumento de 52,50%. Por isso, mesmo que as variações estejam começando a se tornar mais estáveis e moderadas, o valor geral ainda segue elevado. 

Porém, o cenário atual da construção civil indica mudanças significativas no cenário de custos. Os índices estão em queda, marcando uma maior retração e estabilização. Isso significa que as previsões para os custos na construção civil nos próximos meses continuam sendo de variações mais moderadas.  

Um dos fatores que podem influenciar a retração ou expansão é o maior investimento em tecnologia. O governo está empenhado em modernizar o planejamento de obras, o que ajuda a reduzir os custos. A implementação da tecnologia BIM em obras públicas, como no Novo PAC e na reformulação do Minha Casa Minha Vida, são exemplos dessa modernização.

Por outro lado, a persistente taxa de juros no Brasil pode influenciar uma maior expansão dos custos. Por enquanto, a tendência é de estabilização nos próximos meses.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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