Vendas de cimento têm recuperação em abril 

As vendas da indústria do cimento apresentaram recuperação em abril, após retração no primeiro trimestre de 2024. Em termos nominais foram comercializadas 5,1 milhões de toneladas, um crescimento de 12,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). A comercialização do produto no acumulado dos quatro primeiros meses do ano aumentou 0,2%. 

O volume de vendas de cimento no dia útil, indicador que melhor representa o desempenho de vendas do setor, apresentou queda de 0,9%, em relação ao mês de março e no acumulado do ano (janeiro-abril) a retração foi de 1,8%. 

Mesmo com queda na taxa do desemprego e o aumento da massa salarial, os principais indutores do consumo de cimento, seguem ainda impactados pela alta inadimplência1 e endividamento das famílias, além da persistente e elevada taxa básica de juros. 

Diante desse cenário, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tiveram queda2 de 17,3% no primeiro trimestre de 2024, em relação a igual período de 2023. A retirada de recursos da poupança tem pressionado o mercado imobiliário em busca de novos fundings, que geralmente possuem um custo de captação maior, o que acaba encarecendo o financiamento de imóveis para classe média. Por outro lado, o programa Minha Casa Minha Vida ganha tração, retomando o importante papel na demanda do cimento. 

A instabilidade econômica reflete nos índices de confiança, que caminham em direções opostas. O do consumidor3 subiu em abril, retornando para o nível de dezembro de 2023, influenciado, principalmente, pelas expectativas para os próximos meses. Assim como da Indústria4, que mantém perspectiva positiva relacionada ao ambiente de negócios e nas contratações para os próximos meses. Já a percepção da Construção5, a confiança caiu em abril, em função de um ambiente mais conservador sobre a taxa de juros e as dificuldades fiscais do governo. 

Em um ano com tantas incertezas e embates políticos e econômicos, a indústria do cimento segue atenta às discussões sobre a Reforma Tributária, às metas setoriais de descarbonização e a implementação do mercado de carbono no país.

“Após dois anos consecutivos de queda nas vendas e uma capacidade ociosa em torno de 35%, a indústria brasileira do cimento espera reverter este desempenho, influenciada pelos avanços em projetos de habitação e infraestrutura. O setor aposta no uso crescente de cimento e concreto na pavimentação rodoviária e urbana, à medida em que municípios e estados, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Maranhão, Ceará, São Paulo e o Distrito Federal, lideram a utilização desses insumos.”

Paulo Camillo Penna – Presidente do SNIC

FONTES:

  1. SERASA
  2. ABECIP
  3. Índice de confiança do consumidor (FGV)
  4. Índice de confiança da indústria (FGV)
  5. Índice de confiança da construção (FGV)

Fonte: Assessoria de Imprensa

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