O Minha Casa Minha Vida (MCMV) está registrando uma alta procura após ser turbinado pelo Governo Federal, destacou na manchete de capa da segunda-feira (22) O Estado de S. Paulo. No primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento no número das unidades negociadas por meio do MCMV foi de 52%.
Caso esse ritmo de contratação se mantenha, a estimativa é que o programa demande um acréscimo orçamentário que pode chegar a R$ 30 bilhões. Se os recursos extra não forem garantidos, novos financiamentos podem ser congelados até o fim do ano. É importante ressaltar que as contratações de financiamento imobiliário aceleram-se no decorrer do ano, já que o primeiro trimestre é afetado pelo período de férias.
A razão para esse expressivo crescimento do MCMV está relacionada com a série de modificações implementadas pelo Governo Federal. Entre os destaques, estão o aumento no subsídio concedido às famílias para aquisição de um imóvel (de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil), o corte dos juros para financiamentos para pessoas de baixa renda (para o patamar de 4% a 4,25% ao ano), o aumento no teto do valor dos imóveis (de R$ 265 mil para até R$ 350 mil) e a ampliação no prazo de financiamento (de 30 para 35 anos).
Os reflexos ligados a alterações mais recentes ainda devem ser mensurados, como o corte, de 4% para 1%, na alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) para os projetos residenciais da faixa do MCMV, o que aumenta o apetite das construtoras. Neste mês, também entrou em vigor o “FGTS Futuro”, em que as parcelas mensais do FGTS que ainda serão depositadas pelo empregador poderão ser caucionadas para pagamento de uma parte do financiamento. Ainda em relação ao uso do FGTS para os financiamentos imobiliários, construtoras estão solicitando a redução da oferta para a compra de imóveis usados. Entre 2020 e 2022, os imóveis usados representaram de 5% a 10% do volume total de empréstimos do fundo. Em 2023, esse percentual atingiu 20%, o que afeta o volume disponível para financiamento de imóveis novos.
Fato é que o MCMV, e o mercado imobiliário, não sai da pauta dos veículos de comunicação – seja em função do aquecimento experimentado pelo setor ou em função dos anúncios feitos pelo governo. Nesta semana, por exemplo, está prevista uma MP que deve prever a autorização para securitizar carteiras de crédito imobiliário, mais uma medida para impulsionar o financiamento habitacional. A conferir o impacto para os negócios e profissionais da área. No caso da MRV, referência nacional no segmento econômico, as vendas líquidas na prévia operacional do primeiro trimestre
alcançaram recorde de R$ 2,13 bilhões, aumento de 18,4% em relação ao mesmo intervalo no ano passado.
Fonte: Imobi Report
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