De 2018, quando foi promulgada a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), até setembro de 2020, quando enfim entrou em vigor, muito se discutiu sobre os desafios que os negócios precisariam enfrentar para se adequarem ao novo marco regulatório. Com o objetivo de regulamentar a forma como coletam, utilizam e armazenam os dados de seus clientes, muitas empresas precisaram revisar processos internos, capacitar colaboradores, designar ou contratar um Data Protection Officer (DPO) para ser responsável pelo uso responsável das informações e tomar muitas outras medidas e precauções. Apesar de todo o trabalho exigido, a rotina com a LGPD em vigência tem saldo positivo após um ano em vigor.
A implementação e adequação à Lei Geral de Proteção de Dados levou muitos negócios a trabalharem com um foco renovado na segurança e privacidade dos dados de seus clientes, fato que acabou gerando benefícios diretos para outras áreas das empresas. O marketing, por exemplo, se tornou mais relevante ao trabalhar com um volume menor, mas mais direcionado, de dados.
A equipe de tecnologia se beneficiou ao lidar com bancos de dados mais leves, estabelecer um controle de acesso às informações e desenvolver ferramentas mais seguras. E o negócio como um todo ganha ao poder atuar plenamente através destes dados com segurança jurídica. Vale ressaltar que a LGPD fez com que muitas empresas ficassem menos vulneráveis a ataques e ransomware, pois precisaram mudar sua mentalidade de desenvolvimento para focar em aplicações cada vez mais seguras para os dados.
Os benefícios também são vistos da porta para fora. Apesar de mais exigentes e com expectativas maiores do que tinham há um ano, muitas empresas registraram melhora no relacionamento com seus clientes pelo aumento da confiabilidade e respeito à privacidade, o que também acaba resultando em melhora nas vendas e na receita. Empresas que se adequaram rapidamente às novas normas e que performaram bem ao longo deste ano, também se destacaram entre seus concorrentes, ganhando em reputação e visibilidade, fortalecendo suas relações comerciais já existentes em virtude desta responsabilidade com informações alheias.
Mas nem tudo é ouro. A conformidade com o marco regulatório de proteção de dados do Brasil é um processo contínuo no qual a empresa se compromete a procurar constantemente por vulnerabilidades, sejam físicas ou digitais, relacionadas à privacidade e proteção de dados, controlar o acesso às informações, atender aos pedidos de acesso ou exclusão de dados por parte de seus clientes e muito mais. O trabalho nunca para, mas as empresas que levaram e continuam levando a LGPD à sério, estão em uma posição vantajosa porque sem segurança não há privacidade e saber que suas aplicações e dados estão seguros não tem preço.
Gregory Goris é Diretor de Tecnologia da Printi
Fonte: Portal Contábil