Pesquisa aponta que brasileiros confiam na melhora da economia nos próximos seis meses; economista aponta desafios do Governo Federal

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Economia e População. Para 53% da população do Brasil acima de 16 anos, a economia do país vai melhorar nos próximos seis meses. A pesquisa foi divulgada pelo Retratos da Sociedade Brasileira – Economia e População, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este otimismo sobre o futuro pode estar associado com a percepção de melhora da situação econômica em comparação com períodos passados.

Para o economista, especialista em macroeconomia, mercado financeiro e CEO da A&S Partners, Wagner Moraes, o Governo Federal deve analisar a pesquisa com responsabilidade e equilíbrio. “É crucial que o governo federal interprete esses dados não apenas como um sinal de aprovação, mas também como uma responsabilidade de cumprir as expectativas e continuar trabalhando para melhorar a situação econômica e, consequentemente, a qualidade de vida da população”, ponderou.

A pesquisa aponta que há uma série de perspectivas positivas para o Governo Federal. Na avaliação do especialista, a confiança na economia tem um efeito direto no comportamento do consumidor. “Se as pessoas esperam uma melhoria econômica, elas podem se sentir mais seguras para fazer compras, adquirir bens duráveis e contratar serviços, o que, por sua vez, estimula a economia”, pontua.

Além disso, há estímulos para os investidores nacionais e internacionais. No campo político, o sentimento de otimismo econômico pode resultar, também, em uma atmosfera mais harmônica. “Com a percepção de que o governo está conduzindo bem a economia, pode haver menos contestações e resistências às propostas governamentais, permitindo uma atuação mais efetiva e fluida do Executivo e do Legislativo”, analisou. 

Para Wagner Moraes, em 10 meses de gestão, algumas políticas econômicas foram eficazes, embora incipientes. Houve medidas de estímulos para impulsionar a produção e o emprego, porém há descontrole dos gastos públicos.

“As recentes quedas promovidas nos juros, reduzindo o custo do dinheiro e promovendo investimentos ajudaram a melhorar esta percepção. O ligeiro arrefecimento da inflação também contribuiu para uma melhora na percepção da capacidade de pagamento das famílias e alimenta esperanças de um futuro melhor. Porém ainda pairam muitas dúvidas no ar, que não são perceptíveis para a maioria da população, como descontrole dos gastos públicos, levando ao aumento do déficit, que poderá trazer reflexos bem negativos nos próximos meses, caso não sejam tomadas providências efetivas”, enfatizou.

Alguns setores econômicos podem pavimentar a melhora no setor para os próximos seis meses. A construção Civil e Infraestrutura podem impulsionar o setor, já que costumam gerar empregos e ter efeito cascata em outros setores, como o de material de construção.  O setor de Comércio e Serviços também pode melhorar nos próximos seis meses. “Quando as pessoas acreditam que a economia está melhorando, elas tendem a gastar mais, beneficiando o setor de varejo e serviços”, avaliou Moraes.

O setor de exportação, com novos acordos comerciais, pode elevar o patamar econômico do país. Além disso, a percepção positiva da economia pode aumentar a demanda de produtos, levando a um crescimento na produção industrial. Por tabela, entre o setor de tecnologia e inovação. “Em um mundo cada vez mais digital, setores focados em tecnologia e inovação têm um potencial constante de crescimento. A confiança na economia pode incentivar investimentos em startups e novas tecnologias”, disse Moraes.

Desafios do Governo Federal

Para Wagner Moraes, o atual governo enfrenta múltiplos desafios para impulsionar a economia. Manter a estabilidade macroeconômica, com controle inflacionário e taxas de juro adequadas, é primordial. 

“Simultaneamente, há uma necessidade urgente de simplificar o intrincado sistema tributário do país, tornando-o mais amigável aos negócios e investimentos, além de diminuir a carga tributária que é uma das mais elevadas no mundo. A infraestrutura, em muitos aspectos defasada, requer aprimoramentos para aumentar a competitividade”

O investimento em educação pode garantir que a força de trabalho esteja apta para setores tecnológicos e modernos. “O ambiente de negócios, ainda atravessado por burocracias, precisa de agilização. Em um cenário global, o incentivo à inovação, a gestão de desafios externos e a ênfase na sustentabilidade se tornam cruciais”.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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