Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 2,5% na atividade econômica em fevereiro

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 2,5% na atividade econômica em fevereiro em comparação a janeiro, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual o crescimento da economia em fevereiro foi de 2,7%; mesma variação apresentada no trimestre móvel findo em fevereiro.

Gráfico 1: Taxa de variação mensal do PIB (%)

Fonte e elaboração: FGV IBRE


“O forte crescimento de 2,5% da economia em fevereiro foi devido, principalmente, a atividade agropecuária. Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês. Com a maior parte da colheita de soja sendo realizada nos meses de fevereiro, março e abril, este resultado sugere persistência do bom desempenho econômico no início do ano.”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.


Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 4,4% no trimestre móvel findo em fevereiro. O Gráfico 2 mostra que este resultado se deve ao desempenho positivo do consumo de serviços e do consumo de produtos não duráveis. Como já tem sido observado nos meses anteriores, no consumo de serviços há
disseminação desse crescimento entre vários segmentos. Já no consumo de não duráveis destaca-se a contribuição do segmento alimentício
e, principalmente, o de combustíveis.

Gráfico 2: Taxa de variação do Consumo das Famílias e contribuição por componentes

(taxa trimestral móvel com relação ao mesmo período dos anos anteriores, % e p.p.)

Fonte e elaboração: FGV IBRE

Formação bruta de capital fixo (FBCF)
A FBCF cresceu 2,4% no trimestre móvel findo em fevereiro. Embora o segmento de máquinas e equipamentos tenha apresentado contribuição negativa (-0,3 p.p.), ela foi menor do que a observada no trimestre findo em janeiro (-1,2 p.p.), o que explica, em parte, a melhora do indicador total.
Outra contribuição importante foi o desempenho de outros da FBCF. Neste caso, destaca-se o crescimento da FBCF relacionada a serviços
prestados as empresas.


Gráfico 3: Taxa de variação da FBCF e contribuição por componentes
(taxa trimestral móvel com relação ao mesmo período dos anos anteriores, % e p.p.)

Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 0,2% no trimestre móvel findo em fevereiro. Apesar do desempenho positivo, nota-se no Gráfico 4,
forte redução do crescimento observado no trimestre móvel findo em janeiro. A exceção da exportação de bens de capital e de serviços, todos os demais segmentos apresentaram significativa piora no trimestre móvel findo em fevereiro. Destaca-se a contribuição negativa da exportação de produtos agropecuários e a de bens intermediários.

Gráfico 4: Taxa de variação das Exportações e contribuição por
componentes

(taxa trimestral móvel com relação ao mesmo período dos anos
anteriores, % e p.p.)

Fonte e elaboração: FGV IBRE


Importação
A importação de bens e serviços cresceu 1,6% no trimestre móvel findo em fevereiro. Os maiores destaques para este resultado devem-se às contribuições positivas da importação de serviços e de bens de capital. Apesar disso, nota-se forte desaceleração do crescimento nestes dois segmentos, o que justifica a desaceleração do total das importações.

PIB-FGV EM VALORES
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB, no primeiro bimestre de 2023 em valores correntes ,tenha sido de 1 trilhão 828 bilhões e 672 milhões de Reais.

Gráfico 5: Taxa de variação das Importações e contribuição por
componentes

(taxa trimestral móvel com relação ao mesmo período dos anos
anteriores, % e p.p.)

Fonte e elaboração: FGV IBRE.



TAXA DE INVESTIMENTO
O Gráfico 6 destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (18,0%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (16,6%). Observa-se que a taxa de investimento em fevereiro de 2023 foi de 16,6%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta a taxa de investimento em fevereiro
no mesmo patamar da taxa de investimento média mensal considerando o período desde janeiro de 2015, mas abaixo da taxa de investimento média considerando o período desde janeiro de 2000.

Gráfico 6: Taxa de investimento (FBCF/PIB, mensal, %)

Fonte e elaboração: FGV IBRE.



APÊNDICE – NOTA EXPLICATIVA DO MONITOR DO PIB-FGV
O Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um ndicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais (Tabelas de Recursos e Usos, até 2020, último ano de divulgação) bem como as informações das Contas Nacionais Trimestrais, até o último trimestre divulgado (quarto trimestre de 2022). Para realizar esses cálculos são usadas cerca de 500 informações de volume e de preço, conjugadas com a última Tabela de Recursos e Usos disponível no nível de 52 atividades e 109 produtos.
O indicador é ajustado as Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais, sem ajuste sazonal, das Contas Nacionais Trimestrais. Nos trimestres calendário, são utilizados os mesmos modelos do IBGE para calcular todas as séries desagregadas com ajuste sazonal, tanto pela ótica da oferta, como da demanda. Para o ajuste sazonal mensal é utilizado o modelo mensal do IBC-Br, do Banco Central; para os trimestres móveis utiliza-se uma média desses ajustes mensais.
Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem os resultados das Contas Nacionais Trimestrais nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente antecipação para as tendências do PIB e seus componentes.
O Monitor do PIB-FGV compõe-se de um relatório descrevendo os principais resultados com ilustrações gráficas e de uma tabela Excel com informações de volume, em valores correntes, e a preços de 1995 das 12 atividades econômicas que agrupadas formam os 3 setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços).
Apresenta, ainda, o Valor Adicionado a preços básicos, os impostos sobre os produtos e o PIB e também os componentes do PIB pela ótica da demanda. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são: Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços.
Adicionalmente eles são classificados em nacionais e importados; Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados; Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços.
São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxas mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior, e os valores nominais correntes e a preços de 1995.

Fonte: Portal FGV IBRE

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