Para apresentar iniciativas que podem auxiliar a indústria da construção a avançar no tema da economia de baixo carbono, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou, na quinta-feira (21), de painel no Rio Construção Summit, evento que aconteceu no Rio de Janeiro de 20 a 22 de setembro.
Moderando o painel “Construção Sustentável e a Descarbonização – Impulsionando o Setor para uma Economia de Baixo Carbono”, o presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, Nilson Sarti, abriu o debate sobre as oportunidades da economia de baixo carbono para o crescimento e desenvolvimento do setor.
De acordo com o oficial de Operações da International Finance Corporation (IFC), Diogo Bardal, o Brasil é o país com maior potencial de energia renovável e a descarbonização acaba sendo um fator de investimento.
Emitindo aproximadamente 2,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o Brasil tem recebido cerca de 6 bilhões de dólares em investimentos para construção de prédios verdes, apontou o Bardar. “Em busca de evitar a progressão das drásticas mudanças climáticas, a IFC tem investido no Brasil, auxiliando os municípios, principalmente os amazônicos”, disse.
Para a especialista em projetos de ESG do Instituto Amazônia +21, Amanda Gasparini, o Brasil pode ser protagonista em uma economia de baixo carbono, diminuindo as desigualdades regionais, estruturando uma nova indústria e desenvolvendo o potencial econômico dos seus diversos biomas, não apenas na Amazônia, mas possibilitando o protagonismo da região na economia nacional e no desenvolvimento sustentável.
Ser sustentável não é mais uma opção, é uma obrigação, apontou a coordenadora técnica da COMASP do Sinduscon-SP, Lilian Sarrouf. “Existem bancos que só visam realizar empréstimos apenas para aquelas que fizerem seu inventário de emissões de carbono”, exemplificou.
Pensando nessa necessidade, Lilian destacou a ferramenta Cecarbon – calculadora de consumo energético e emissões de carbono para edificações, o projeto realizado pelo Sinduscon-SP, em parceria com a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável – GIZ.
A ferramenta, pautada nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, oferece uma forma acessível de mensurar impactos e contribuir para a identificação de riscos e oportunidades na construção. A ferramenta é gratuita e o uso contínuo permitirá a criação de indicadores relevantes para o setor da construção civil, explicou Lilian.
Os maiores desafios relacionados ao tema, debatidos pelos painelistas, estão relacionados ao financiamento e investimento. “Garantir o financiamento adequado para projetos de mitigação e adaptação é um desafio, especialmente em países em desenvolvimento”, apontou Diogo Barral.
Outra barreira apontada é a conscientização pública. Conscientizar o público sobre as mudanças climáticas e promover a ações é essencial, disse Amanda Gasparini. “Negócios sustentáveis se dão a partir de educação e capacitação. Mudar comportamentos e criar consciência sobre a urgência das mudanças é um desafio contínuo”, disse.
O tema tem interface com o projeto “Cenários e Transição para uma Economia da Indústria da Construção de Baixo Carbono”, da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
Fonte: CBIC
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