A construção civil iniciou 2025 com um menor ritmo. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção de janeiro, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), houve uma desaceleração do nível de atividade no primeiro mês do ano, tanto na comparação com dezembro de 2024 quanto com o mesmo período do ano passado.
O índice de atividade do setor caiu para 43,7 pontos, inferior aos 45,4 pontos registrados em dezembro e em janeiro do ano anterior. Por sua vez, a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) ficou em 67%, representando uma queda de um ponto percentual em relação a janeiro de 2024, quando estava em 68%.
Outro item de atenção é o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que recuou 0,3 ponto em fevereiro, atingindo 49,3 pontos. Esse foi o segundo mês consecutivo em que o indicador ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos, refletindo um ambiente de incerteza no setor.
Para a economista chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos os empresários seguem preocupados com a economia brasileira. “Naturalmente, a forte elevação da taxa de juros contribuiu para um ambiente de maior cautela. Os empresários também manifestaram preocupação com a empresa, além de revelarem expectativas menos satisfatórias para o cenário econômico nos próximos meses”, disse.
A sondagem também apontou um recuo na intenção de investimento da indústria da construção. O indicador caiu 3,1 pontos em fevereiro, em relação a janeiro, situando-se em 42 pontos. Esse número também foi inferior ao registrado no mesmo período de 2024 (44,5 pontos).
Mesmo diante dos desafios, os empresários da construção demonstraram otimismo para os próximos meses. O estudo revelou que os índices de expectativa para nível de atividade (53,8 pontos), número de empregados (53,7 pontos) e novos empreendimentos e serviços (53,3 pontos) continuam acima da linha dos 50 pontos. “Nesta questão, é importante lembrar que tivemos um expressivo número de lançamentos no ano passado e isso refletirá na compra de insumos, novas obras e novos empregos, o que justifica a melhor expectativa para esses itens”, explica Ieda Vasconcelos.
A economista da CBIC destaca que as projeções para as taxas de juros no final do ano continuam sofrendo elevações. “O ciclo de produção da Construção é longo. Assim, as projeções que sinalizam juros no final do ano superiores aos atuais proporcionam insegurança para os empresários e para as famílias. Isso significa maior dificuldade de acesso ao crédito e de novos investimentos com efeitos nocivos não só para o setor, mas também para a economia brasileira”, disse.
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Fonte: CBIC
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