O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 0,8% na economia em fevereiro em comparação a janeiro, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual a economia cresceu 3,5% em fevereiro. No trimestre móvel interanual findo em fevereiro o crescimento do PIB foi de 3,3% e na taxa acumulada em 12 meses até fevereiro, 3,0%.
“A economia cresceu 0,8% em fevereiro, na comparação com janeiro, com destaque para o consumo, que segue contribuindo para o bom desempenho econômico. A formação bruta de capital fixo (investimentos) também se destacou positivamente tendo voltado a crescer após ter retraído em janeiro. Apesar disso, importantes segmentos, como a indústria e a exportação, registraram retração nessa comparação, o que pode indicar perda de ritmo desses segmentos no início do ano. Na comparação interanual a economia cresceu de modo mais consistente em fevereiro, visto que o crescimento foi disseminado entre a maioria das atividades econômicas e os componentes da demanda.”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 4,3% no trimestre móvel findo em fevereiro, com contribuição positiva de todas as categorias de consumo; padrão observado desde o trimestre móvel findo em novembro de 2023. Destaca-se o aumento da contribuição do consumo de não duráveis e de duráveis para este resultado. O consumo de produtos não duráveis apresentou variações positivas disseminadas, sendo as de maior destaque os referentes ao consumo de produtos alimentícios, farmacêuticos e de perfumaria. No caso de consumo de produtos duráveis, os equipamentos de informática e relacionados e de veículos explicam grande parte do aumento do segmento.
Formação bruta de capital fixo (FBCF).
A FBCF cresceu 3,2% no trimestre móvel findo em fevereiro, sendo este o primeiro crescimento desde o trimestre encerrado em maio de 2023. Desde o final do ano passado a FBCF tem mostrado tendência ascendente, principalmente pelas menores retrações do componente de máquinas e equipamentos. No entanto, ainda assim continuou negativa até o resultado de fevereiro. Destaca-se que todos os componentes da construção cresceram, padrão que deve permanecer ao longo do ano, considerando-se a base de comparação baixa e a continuidade do ciclo de corte de juros em 2024.
Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 14,2% no trimestre móvel findo em fevereiro. Destaca-se a contribuição positiva de praticamente todos os segmentos exportados, embora o desempenho de produtos agropecuários e da extrativa mineral sejam o de maior expressão, representando mais de 70% do crescimento das exportações. A única retração registrada foi na exportação de bens de capital.
Importação
A importação de bens e serviços cresceu 9,2% no trimestre móvel findo em fevereiro. À exceção de produtos da extrativa mineral, a importação de todos os segmentos cresceu. Os principais destaques são a importação de bens intermediários e de serviços. Após ter apresentado fortes quedas em 2023, a importação de bens intermediários voltou a crescer, o que pode ser bom indicativo para a indústria de transformação, atividade com forte utilização de produtos importados em seu processo produtivo.
PIB-FGV EM VALORES
Em termos monetários, estima-se que o PIB, no primeiro bimestre de 2024 em valores correntes, tenha sido de 1 trilhão 996 bilhões e 805 milhões de Reais.
TAXA DE INVESTIMENTO
O Gráfico 6 destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (17,9%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (16,3%). Observa-se que a taxa de investimento em fevereiro de 2024 foi de 15,1%, na série a valores correntes. Este resultado é menor que a taxa de investimento média mensal considerando o período desde janeiro de 2015 e desde janeiro de 2000.
Fonte: Portal Ibre/FGV
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