O presidente do CRECISP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto, afirma que os programas habitacionais do Governo Federal estão impulsionando o setor imobiliário em todo o país. Dentro destes programas, São Carlos terá a construção de 400 moradias do Minha Casa Minha Vida, na faixa 1 (para famílias com renda de até R$ 2.640).
“Os impactos são os melhores possíveis. Com a retomada do programa Minha Casa Minha Vida temos o mercado imobiliário em franco aquecimento. A taxa de juros praticada e os valores dos imóveis financiados atingem uma faixa que estava até o momento desassistida, que são as pessoas que ganham salários de até R$ 8 mil de renda familiar, imóveis de até R$ 350 mil e a taxa de juros de 8,2%. Isso tudo só tem um resultado: crescimento do mercado imobiliário que vai resultar num crescimento significativo da construção civil”, destaca.
Viana Neto ressalta a importância da construção civil dentro da economia. “A indústria da construção civil é um dos maiores empregadores do mercado. Então, tem uma importância significativa os investimentos nesta área, valendo lembrara que a questão habitacional não se prende apenas à construção, mas também à locação. Os imóveis para locação que hoje são em pequeno número precisam de investidores para que o mercado possa estar mais equilibrado. Mas sem dúvida, é de fundamental importância para a geração de novos empregos que a construção civil seja potencializada”.
Ao contrário do que a maioria pensa, o presidente do CRECISP garante que a grande maioria dos trabalhadores da construção civil é contratada através de carteira assinada. “A maior parte da mão de obra da construção civil é CLT, seja ela terceirizada ou não. A CLT é a principal forma de contratação. Nós temos a participação de contratação de pessoa jurídica em questões mais técnicas, especializadas, onde, por exemplo uma empresa que fabrica esquadrias de alumínio, ela trabalha com pessoal numa determinada obra sem que o construtor tenha ligação ou contato com os empregadores da empresa que fornece estas esquadrias. Normalmente estes são empregados da empresa de esquadrias, assim também no setor de ferragem, onde boa parte dos trabalhadores são contratados pela empresa que ganha a concorrência para fazer aquele determinado serviço. Mas o predominante do trabalho na construção civil é via CLT”, comenta ele.
Ele destaca a atração que USP, UFSCar e UNICEP por universitários e o impacto positivo desta população flutuante. “A população universitária no município é de grande importância para a economia do município de São Carlos. São mais de 20 mil pessoas consumindo na cidade, morando, pagando aluguel ou comprando um imóvel. Muitos acabam os estudos e permanecem morando na região. Isso tudo é fator de desenvolvimento. Então, a presença desta massa de estudantes é fundamental para o desenvolvimento de São Carlos”.
Viana Neto explica que ao contrário de épocas passadas, hoje os universitários são recebidos com tapete vermelho nas imobiliárias. “Pouca coisa mudou para o mercado de locação para estudantes. Não há muitas novidades. Eu acredito que seja a evolução da sociedade. As pessoas passam a ser mais conscientes e passem a preservar as coisas. Num passado distante, os estudantes faziam muita bagunça e deterioravam os imóveis e eram pessoas não bem vindas. Hoje, pelo contrário, são muito bem vindos, são muito mais responsáveis e geram emprego e renda no município”, conclui.
CAGED
Setor mantém estoque de 3.529 empregos em São Carlos
O setor da construção mantém um estoque de 3.529 postos de trabalho. Os dados são de fevereiro e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho. Nos últimos quatro anos este segmento gerou 767 empregos com carteira registrada em São Carlos. Os dados são do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Em 2020 a construção gerou 49 vagas, diferença entre 1932 admissões e 1883 demissões. Em 2021, o saldo foi de 539 novos postos de trabalho, saldo entre 2.683 novos contratos e 2.144 desligamentos. Em 2022, houve 2.966 admissões e 2.778 cortes, com saldo de 188 postos de trabalho. Em 2023 o setor fechou o ano com saldo negativo de 9, diferença entre 2.872 novos contratos assinados e 2.881 homologações.
Fonte: Jornal Primeira Página
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