Se 2023 foi um ano de solavancos para o setor da construção civil, o ano novo, que já se avista no horizonte, aponta para novos desafios. Nesse quadro, a recuperação do segmento, afetado por efeitos da política monetária do período pós-pandemia, poderá se beneficiar da digitalização de toda a cadeia de construção.
Essa é a avaliação de cenário traçado para 2024 pela startup Juntos Somos Mais, Joint Venture entre as multinacionais Votorantim Cimentos, Tigre e Gerdau, que atua na digitalização e na propagação de benefícios para os agentes do varejo da construção civil.
“O crescimento do PIB do setor em 2023 deverá ser modesto, segundo as projeções mais otimistas. O último Relatório Focus, do Banco Central, aponta para um aumento de 2,84%. Para 2024, a situação não será muito diferente. O mesmo documento indica alta de 1,50%. No caso da construção civil, há uma série de indicadores macroeconômicos que apontam para uma retomada lenta do setor no próximo ano”, afirma Eros Canedo, CFO da Juntos Somos Mais.
Segundo o executivo, mesmo as notícias mais positivas do noticiário econômico deste ano devem tardar a chegar no segmento. Dentre elas, Canedo cita a política monetária. Em agosto, o Banco Central iniciou um movimento de redução da taxa básica de juros, a Selic, pondo fim a um ciclo de três anos de manutenção de juros elevados. Em sua última reunião, no início de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pelo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, que caiu para 12,25% ao ano.
“É verdade que queda de juros deve baratear as linhas de financiamento de imóveis, mas o setor da construção tem uma defasagem em relação ao movimento da Selic. Como a taxa básica ficou alta por muito tempo, houve uma restrição no número de novos lançamentos”, explica. “A performance do segmento, mesmo que modesta em 2023, ainda é um reflexo positivo de lançamentos de anos anteriores, com a Selic em baixas históricas”, completa.
Amparado em dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), o executivo ainda lembra da queda nos lançamentos e da estabilidade nas vendas de imóveis no ano: “O nível de estoque segue abaixo da média histórica de 24 meses, o que configura um quadro de instabilidade”. Ele também menciona as dificuldades enfrentadas pela indústria de materiais de construção no país. “A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) projeta uma queda de 1% no faturamento para 2023, indicando que as dificuldades se espalham por todo o ecossistema da construção civil”, diz.
Esse cenário negativo é reforçado pelas medições do Termômetro JS+, uma análise mensal gerada pela área de Inteligência de Mercado da Juntos Somos Mais. Segundo o indicador que avalia o sell-in, por meio do faturamento mensal de indústrias e varejistas do setor de material de construção de todo o Brasil, o cenário é de desaceleração no comparativo anual, sendo possível notar uma tendência de queda em 2023 em relação a 2022.
O que esperar para 2024
Na opinião da CEO da Juntos Somos Mais, Juliana Carsoni, o ano de 2024 será crucial para as empresas investirem em tecnologia e prepararem terreno para uma recuperação de médio e longo prazo, com a digitalização de toda a cadeia da construção.
“Acreditamos firmemente que tecnologia será cada vez mais fundamental para destravar os processos na indústria civil, agilizar as operações e baratear custos do nosso mercado de construção”, afirma.
Segundo a executiva da Juntos, o avanço no processo de digitalização de todo o ecossistema e a entrada de varejistas e marcas da indústria no e-commerce, por meio de marketplaces (shoppings virtuais), deve impulsionar as vendas de materiais de construção e apoiar a recuperação do setor.
“A ampliação dos canais digitais para compra e venda de insumos para obras facilita o reabastecimento dos estoques dos lojistas, de um lado, e amplia o escoamento de produtos da indústria, do outro. Em um momento de recuperação econômica e barateamento das linhas de financiamento do setor, a tecnologia assume, mais uma vez, o papel de facilitadora e mediadora das relações dos agentes da construção civil, impactando diretamente no faturamento do segmento”, afirma.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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