A expectativa de que o Copom (Comitê de Política Monetária) comece a baixar a taxa Selic a partir de agosto deve incentivar as linhas de crédito, empréstimo e financiamento, inclusive os imobiliários. O cenário positivo para investimentos faz com que tanto construtoras quanto consumidores mirem em novos negócios.
O Copom manteve a taxa em 13,75% ao ano, patamar que se encontra desde agosto do ano passado. Mas, diferentemente dos comunicados anteriores, o comitê não sinalizou a possibilidade de aumento da Selic na próxima reunião, o que, para o mercado, é um recado de baixa da mesma a partir de agosto deste ano.
A taxa básica de juros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia é usada pelo Banco Central para influenciar as outras taxas de juros do país, praticadas por bancos e demais instituições do sistema financeiro. Seu aumento é um instrumento para diminuir o consumo e controlar a inflação. Quando a situação econômica está favorável e há espaço para aumento de circulação de moeda e consumo, a taxa tende a diminuir.
O Brasil ainda sofre com pressão inflacionária, mas o cenário mundial foi favorável para a expectativa de queda a partir de agosto.
Para o mercado imobiliário, o aquecimento será visível para imóveis com valores a partir de R$ 250 mil, que agora passam a incluir também imóveis do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, que recebeu mudanças na última terça (20).
Os imóveis da faixa 3 do programa, voltados para famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil por mês, tiveram seu teto ampliado de R$ 264 mil para R$ 350 mil. Já os imóveis das faixas 1 e 2 (para famílias com renda entre R$ 2,6 e R$ 4,4 mil reais) passam de um teto de R$ 190 mil para R$ 264 mil. Os dois últimos ainda contam com o benefício de um subsídio ampliado, que passou de 47,7 mil para até 55 mil reais.
No setor imobiliário, a variação da taxa básica da economia altera todas as linhas de crédito para a compra de imóveis. “A Selic é a taxa que regula todas as demais taxas econômicas do Brasil. Quando ela sobe, os demais juros do mercado tendem a subir. Quando ela cai, os juros de produtos financeiros tendem a acompanhar”, pontua o vice-presidente comercial da Lyx Participações e Empreendimentos, Paulo Antonio Kucher.
Programa Habitacional
Para os imóveis do MCMV as projeções seguem aquecidas, visto que a taxa de juros é calculada em função da renda bruta do grupo familiar interessado em adquirir o imóvel. Com as mudanças anunciadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a procura por esse modelo deve aumentar.
O MCMV foi formatado para oferecer financiamento imobiliário para famílias com renda mensal variando entre R$ 1,8 mil e R$ 8 mil. Em geral, os interessados são pessoas que moram em imóveis alugados e buscam alternativas acessíveis para substituir as despesas com o aluguel por uma parcela da casa própria.
Kucher destaca que os aluguéis são corrigidos pelo IGPM, taxa que está bem mais agressiva do que a Selic. “Essa comparação de preços e de momentos é muito importante. Sem contar com o fato de estar investindo num imóvel próprio, que nunca desvaloriza”, ressalta.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Leia mais
Programa Minha Casa Minha Vida: construtoras comemoram atualizações