De acordo com dados do Senior Index, relatório da Senior Sistemas que acompanha indicadores de mercado, o setor da construção registrou uma queda de 18,23% na movimentação do mercado imobiliário no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse número leva em conta uma amostragem de mais de 1370 empreendimentos, dos mais variados padrões – médio e alto Padrão e Casa Verde e Amarela (antigo MCMV) – que utilizam a tecnologia da Senior Mega em diversos estados do Brasil.
De acordo com o Head de Produtos de Incorporação da Senior Sistemas, Cleber Francischini, uma explicação que pode justificar essa queda está ligada ao volume alto de vendas registrado especialmente no primeiro trimestre de 2021.
Segundo Francischini, com a pandemia, houve uma pausa nas vendas logo nos primeiros meses de 2020, mas com o passar desse primeiro momento, o setor entrou em um período de crescimento que durou até cerca do fim do ano passado.
“Em 2021 o número de vendas na construção bateu recorde. Esse superávit na comercialização dos imóveis aconteceu em virtude do bom momento do setor, que entre outros fatores, contou com uma queda representativa da taxa Selic. Se no passado as taxas de juros giravam na casa dos 12%, em 2021 foi possível financiar imóveis por menos da metade desse índice, chegando em alguns meses em 2%. Isso promoveu mais poder de compra e contribuiu para o boom de vendas. Nesse momento, voltamos para patamares mais realistas da Selic, logo, na comparação com o ano passado é natural observarmos essa queda”, explica.
Entre os estados que apresentam os maiores índices de compra de imóveis no período estão: Santa Catarina 32%, Rio Grande do Sul 26,67% e Goiás 18,73%, já entre os estados com queda na comparação com o ano passado estão Minas Gerais -9,51%, Rio de Janeiro -53,37%, São Paulo -14,52%, Pernambuco -7,47%, Espírito Santo -2,38% e Paraná -1,67%.
Outro indicador apontado no Senior Index é o Valor Geral de Vendas (VGV). No primeiro trimestre de 2022 também houve uma queda na comparação com o ano passado, com redução de 3,76%. Esse índice representa cerca de R$ 4,5 bilhões de reais de investimentos dos brasileiros em imóveis no período.
O Senior Index também apresenta dados referentes ao valor do metro quadrado adquirido. De acordo com a pesquisa, a elevação foi de 17,77% a mais neste primeiro trimestre. Em 2022, o investimento médio por metro quadrado gira em torno de R$ 7.120,00. Em 2021, no mesmo período, esse valor era de R$ 6.050,00.
Tanto o VGV como o custo do metro quadrado são fortemente impactados por alguns fatores, entre eles o custo da matéria prima e a inflação são alguns dos aspectos que justificam esses valores.
“O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por exemplo, que mede a inflação do setor, ficou acumulado em 13,04% nos últimos 12 meses, acima da inflação oficial, de 10,54%”, destaca Francischini, logo é normal que com esse cenário não seja registrado um crescimento forte neste período em comparação ao ano anterior.
“Em relação ao custo de matéria prima, no ano passado houve uma reclamação geral do setor sobre esses custos, contudo, houve formas de amenizar esses valores em virtude de um cenário de taxas de juros baixas, situação que não é a mesma atualmente. Logo esses custos maiores acabam migrando para o VGV e, por consequência, para o valor do metro quadrado ”, explica Francischini.
Uma projeção divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP) e que vai na mesma linha da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), aponta que o PIB do setor da construção deve ficar em 2% em 2022, um índice de 6% a menos do que o ano passado.
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Fonte: Assessoria de Imprensa
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