O setor de construção civil tem se caracterizado pela baixa produtividade e falhas tecnológicas, seus principais gargalos nos últimos anos – estando muito atrás do setor de manufatura e da economia como um todo. A boa notícia é que o ponto de inflexão parece ter chegado graças à digitalização.
As informações são de um estudo feito pela McKinsey que avaliou 100 megaprojetos no país para identificar os gargalos que impedem a construção civil brasileira de alcançar níveis de produtividade semelhantes aos de países mais desenvolvidos. De acordo com o levantamento, 80% deles tiveram aumento de custo e atrasos de quase 20 meses no cronograma de entrega da obra.
Segundo Kevin Nobels, um dos responsáveis pela pesquisa, o aumento de produtividade na construção civil brasileira tem potencial para melhorar 50%, desde que adotadas boas práticas, novos conceitos e que se invista em tecnologia. As medidas sugeridas para reverter esse cenário são reforma das regras e aumento na transparência, reforço no quadro contratual, melhoria nos processos de design e engenharia, melhoria na aquisição e gerenciamento da cadeia de suprimentos, adesão de tecnologia digital, treinamento e capacitação de profissionais.
O projeto hubiC, primeiro espaço cooperativo de inovação e construção digital de base industrial do Brasil, surge como uma alternativa eficiente na reversão desse cenário. Resultado de uma parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Escola Politécnica (Poli) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a plataforma é uma iniciativa inédita que une o mercado a favor do desenvolvimento de P,D&I – pesquisa, do desenvolvimento e da inovação.
“O crescimento da indústria da construção e a sua competitividade passam pela evolução PD&I, com novos padrões produtivos, novas tecnologias/processos e implementação de uma gestão orientada para a excelência e sustentabilidade. Os resultados dessa iniciativa para a cadeia produtiva e para a sociedade pode proporcionar maior competitividade e qualidade, dentro dos padrões ambientais vigentes”, comenta Valter Frigieri, diretor de mercado da ABCP e um dos coordenadores do hubiC.
Industrialização da construção civil
Em encontro realizado recentemente entre os participantes da cátedra, um dos principais pontos abordados foram exatamente o processo de industrialização da construção civil e os gargalos apontados no relatório McKinsey.
Considerada a potência que mais investe no desenvolvimento de novas tecnologias, a China está entre as principais referencias na implementação de inovações e superação dessas dificuldades. Por isso, foram discutidas as principais iniciativas que estão impulsionando a indústria da construção civil no país.
A impressão 3D, por exemplo, é uma tecnologia que permite a construção de edifícios de forma rápida e eficiente através da implementação de um sistema automatizado conectado a um programa de execução. Ou seja, o projeto em desenhos bidimensionais é substituído pela leitura de arquivo digital, o que minimiza erros e reduz custos.
Alinhado ao processo de impressão, os chineses ainda contam com a utilização do UHPC, concreto de alto desempenho, resistente e durável. Essa união pode reduzir em até 60% o volume de concreto utilizado comparado a construções convencionais, além de garantir um acabamento de alta qualidade e durabilidade.
No Brasil, o uso do UHPC ainda é usado exclusivamente em estudos, tendo a Lafarge -integrante do hubic – como única empresa autorizada a comercializar o produto.
Por fim, a implementação de tecnologias e mão de obra qualificada e atualizada precisam ser adotadas. Os constantes avanços tecnológicos em um cenário de profundas mudanças sociais e culturais, exigem que a indústria da construção civil avance na busca por maior qualidade, produtividade e sustentabilidade. Ou seja, o grande desafio é construir mais em menor tempo, com menor custo, sem comprometer a qualidade e o meio ambiente.
Esse é o caminho que o hubic deve seguir para alcançar a produtividade e progresso do setor da construção civil no Brasil, oferecendo uma nova percepção empresarial e de gestão, em que se promova tanto o desenvolvimento de novos mecanismos de produção como de indicadores eficazes na construção.
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Fonte: Assessoria de Imprensa